14º ADIT Invest encerra com debate sobre ativos sustentáveis

Pereira começou o painel ressaltando a relevância dos convidados na criação de soluções sustentáveis dentro do segmento imobiliário. “Sustentabilidade não é sobre abraçar árvores e sim sobre como estarão os empreendimentos e o impacto causado por eles daqui a cinquenta anos”, disse.

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A seguir, Pereira quis saber o que é uma estrutura de funding ligada à sustentabilidade. “Na China a indústria de investimentos sustentáveis já ultrapassou a marca de trilhões e no Brasil estamos começando com o pé direito. A indústria de Fundos Imobiliários, desde 1989 está atenta a novos investimentos e a questão sustentável já nos chama a atenção antes mesmo de sermos signatários da ideia. Sempre olhei isso como investimento e não como custo. Com a participação de eventos, percebi que poderíamos acessar bolsos que não estávamos acessando daquela forma. No País já tivemos 15 emissões sustentáveis e parte desse recurso veio de investidores estrangeiros que justamente pela natureza de seu investimento, puderam participar ativamente, dando impulsos adicionais”, explicou Vitor Bidett. “Também criamos o primeiro fundo sustentável do Brasil que envolve operação hoteleira e outros relacionados a essa operação. Esse será o primeiro fundo imobiliário e emissão sustentável, com certificados e programas sociais desse empreendimento, certificado por uma empresa independente, que solta uma “second opinion” ou segunda opinião da emissão”, complementou.

De acordo com o executivo, o primeiro ponto na emissão de um certificado green para um empreendimento é a governança de quem opera ou desenvolve a unidade. “Ações sociais e compromissos também são necessários que a empresa assuma para o desenvolvimento e operação do empreendimento”, afirmou.

Carlos Terepins, da Nortis, explicou como a companhia obteve êxitos em cases sustentáveis, tornando-se um exemplo inédito no segmento da incorporação. “Entidades filantrópicas nos procuravam constantemente. Foi daí que a minha esposa sugeriu que voltássemos recursos para entidades especializadas em ações sustentáveis e de responsabilidade social. Percebi logo que sustentabilidade vai além da plantação de árvores. Conversar com diretores sobre o tema era complicado e destoava do lugar comum, tornando o processo bastante complexo. O desconhecimento e a retração a esse tipo de abordagem era grande, isso em 2006, 2007. Entendi que esse tipo de programa só pode dar certo, inclusive em um País como o Brasil, se nascer de cima, da própria diretoria. Do contrário ele não terá chances de sobreviver”, contou Terepins.

De acordo com o executivo, um programa dessa natureza deve ser implementado de forma gradual, atingindo todos os setores e aspectos intangíveis como a interação e o respeito com o entorno de onde a companhia está inserida. Isso inclui a quebra de tabus e a eliminação de preconceitos de qualquer natureza, como homofobia, transfobia, entre outros. “A companhia começou a ganhar uma maior respeitabilidade junto a sua clientela, que se torna até mais tolerante frente a pequenos erros e falhas”, observou. A sustentabilidade também funciona como principal elemento de retenção de talentos, segundo Terepins. “Os indíviduos passam a se sentir bem em uma empresa que mantém políticas sustentáveis. Passa-se a exigir dos fornecedores as mesmas práticas, o que resulta na prevenção de perdas e desperdícios e consequentemente, economia para a empresa”, complementou.

Segundo dados trazidos pelo painelista, “As pessoas admiram práticas sustentáveis desde que não onere o seu bolso. Eu diria que, em um longo prazo, as práticas sustentáveis resultam em uma economia que eles nem imaginam”, pontuou.

O 14º ADIT Invest é uma realização da ADIT Brasil com a Revista Hotéis como mídia oficial do evento.