A 7ª edição do GRI Hotéis apresentou painéis com diversos temas
O Brasil tem um parque hoteleiro velho, os hotéis mais recentes têm cerca de 10 anos foi um dos temas debatidos
Diversos temas importantes para o setor foram debatidos durante o GRI Hotéis 2024, o advogado Paulo Mendonça, Sócio do Marrey Mendonça Advogados, mediou a mesa- redonda que contou com a presença de Armando Ramirez, Diretor Novos Negócios Cone Sul da Wyndham Hotels & Resorts, Henrique Martins, Development Director Brazil da Accor, Leonardo Lido, Diretor de Desenvolvimento no Brasil da Hilton Worldwide, Marta Amaral, Director of Asset Management da Hotel Invest, Paul Adan Senior Regional Vice President Development, MLAC da IHG Intercontinental Hotel Group, Paulo Caputo, CEO da Atrio Hotéis e Ricardo Bluvol, Vice-presidente de Desenvolvimento e M&A Atlantica Hospitality International, falando sobre o otimismo da hotelaria frente ao cenário atual.
Depois de um ano de resultados recordes em 2023, está sendo constatado que o mercado não está crescendo mais como estava crescendo no ano passado. Os números são positivos para 2024, mas sem euforia. Para os participantes do debate é importante pensar em um novo ciclo de desenvolvimento, mais saudável, com estudos de viabilidade consistente, desenvolvimento de bons projetos, não atrapalhando os hotéis existentes, tendo cuidado para não cair na armadilha das superofertas, que gera preocupação. Atualmente a ocupação média está em 65%, que não é bom, é preciso pensar em como trazer novos hóspedes, investir em novos públicos, melhorar a ocupação, sem perder a diária média.
Outra preocupação é o fato de que o Brasil tem um parque hoteleiro velho, os hotéis mais recentes têm cerca de 10 anos. Não há muitas perspectivas de novos entrantes no mercado. Por exemplo, os novos resorts que foram inaugurados recentemente foram desenvolvidos pelo modelo de multipropriedade, uma modalidade que ainda está num processo de amadurecimento, onde o posicionamento das grandes redes será importante.
A indústria hoteleira tem uma urgência em se modernizar, inovar, é preciso uma estratégia de uso de inteligência artificial. É necessário investimento em tecnologia, na América Latina esse custo ainda é alto. O Revenue Management também terá uma grande evolução com o uso da tecnologia.
Branded Residences & Hospitality – Como agregar valor aos projetos imobiliários e maximizar a receita?
Esse painel abordou as oportunidades deste tipo de projeto no Brasil, o quanto a marca agrega ao valor financeiro a um projeto imobiliário e como os negócios podem ser complementares. Ilan Elkaim, Chief Executive Officer da Cidade Matarazzo foi o moderador desse painel que teve presença de: Gustavo Nicolau, Diretor da Akylas Patrimonial, José Roberto Nunes, CEO da Mundo Planalto, Roberto Sergio Dib, CFO da Vila 11.
Outros pontos debatidos entre os painelistas, que não podem ser identificados o que falou por questão estratégica do GRI Club, estava: Os prós e contras em desenvolver marcas e houve consenso que localização na hotelaria ainda faz um enorme diferencial. Se tiver know-how e uma boa estratégia de gestão, a marca independe, pois uma marca internacional é operada em dólar. Operar residencial sai mais barato do que a hotelaria, mas o gargalo do segmento é a falta de mão de obra profissional. O mercado secundário se forma devagar, mas é necessário se preocupar em como se forma o destino. Uma marca internacional agrega valor as vendas, mas na operação alguns dos painelistas não enxergam tanto valor. Criar uma marca, aprender e trabalhar bem faz a diferença, assim como fazer a entregar na ponta quando iniciar a operação. O cliente tem que ter a sensação de que realmente valeu o investimento e a marca tem que trazer experiência na operação e a internacional pode agregar muitos nos ajustes técnicos da implantação e da operação.
Resorts – Mercado permanecerá aquecido no médio e longo prazo?
Quem fez a moderação desse painel foi Rodrigo Bicalho, Managing Partner da Bicalho Navarro Advogados que contou com a participação de: José Romeu Ferraz Neto, Presidente do Txai Resorts, Pedro Freire, Development Director do IHG – InterContinental Hotels Group; Fábio Pontes, Secretário Municipal de Turismo de Brotas (SP) e Eduardo Madeira, Invest São Paulo.
A insegurança de alguns destinos, que impacta na visitação dos turistas, foi um tema que os painelistas debateram bem e apresentaram alguns exemplos, como Medelin, Bogotá e algumas cidades mexicanas. Resorts exclusivos tem público cativo que paga mais caro, mas exige serviços diferenciados, o modelo de all inclusive é um sucesso e popularizou o segmento e algumas oportunidades de negócios que o Brasil apresenta também foram debatidos, como a cidade de Brotas.
