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Redes hoteleiras internacionais focam investimentos no Brasil

O potencial apresentado pelo País continua atraindo grandes redes internacionais em busca de oportunidades para crescer e se consolidar

A 18ª edição do Panorama da Hotelaria Brasileira que foi publicada no mês de maio e se constitui no mais recente estudo do mercado hoteleiro no Brasil, mostra dados animadores do setor. Esse estudo é realizado pela HotelInvest, com o apoio institucional do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil analisou o desempenho de 213 hotéis e 36.971 UHs, em dez capitais brasileiras. O mercado hoteleiro nos últimos meses de 2022 estava bastante aquecido, o que deu fôlego para a hotelaria começar 2023 com o pé direito, com um corporativo mais presente e eventos e shows internacionais. Porém, ao longo do ano, o crescimento expressivo que foi visto no primeiro trimestre foi perdendo tração, principalmente no segundo e terceiro trimestres. Assim, no agregado anual de desempenho dos hotéis no Brasil, 2023 teve um pequeno aumento de 2% na ocupação em relação à 2022 e a diária média, por sua vez, obteve um crescimento de 18%, resultando em um RevPAR 20% maior.

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Dentre as capitais analisadas, apenas Fortaleza ainda está com o RevPAR abaixo de 2019, sendo que o Rio de Janeiro e Brasília já ultrapassaram em 31% e 28% o índice do ano pré-pandemia, respectivamente. Quando comparamos os anos de 2023 vs. 2022, apenas as cidades de Manaus e Fortaleza tiveram variação negativa da ocupação, visto que essas capitais foram fortemente impactadas pelo aumento no preço das passagens aéreas, o que interfere diretamente na demanda de lazer. Já as tarifas tiveram incrementos reais em todas as capitais, com destaque para Brasília (33%) e São Paulo (23%), que se beneficiaram dos shows internacionais e do mercado de negócios mais aquecido.

Ao mesmo tempo que diversos projetos tenham avançado em seu desenvolvimento por conta do reaquecimento do mercado hoteleiro, alguns empreendimentos foram interrompidos por fatores como o aumento nos custos de construção e uma alta taxa de juros, fazendo o custo de oportunidade aumentar. Ainda que o nível de ocupação, diária média e RevPAR esteja em patamar acima de 2019, a hotelaria brasileira iniciou 2024 em um ritmo moderado, sendo que a queda da taxa de juros, o aumento dos investimentos e da renda são fundamentais para que o desempenho hoteleiro continue crescendo.

A nova oferta hoteleira

O Panorama revelou que atualmente são 137 hotéis em desenvolvimento no Brasil até 2028, 26,9% a mais em relação à edição anterior, com um total de R$ 8,4 bilhões em investimentos. A tendência de queda de novos projetos, que estava sendo vista nas últimas publicações, foi revertida justamente pelo bom desempenho da hotelaria no ano de 2023. A nova oferta foi divulgada por 24 redes e deve acrescentar 21.863 unidades habitacionais no País, equiparadas, nos segmentos supereconômico/econômico (39%), midscale/upper-midscale (47%) e upscalse/luxo (14%). Do ponto de vista geográfico, as regiões Sudeste (55%) e Sul (22%) concentram a maior parte dos novos apartamentos e o interior continua sendo o principal eixo de desenvolvimento: 68% das novas UHs se encontram no interior, 24% nas capitais e 8% nas regiões metropolitanas.

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A maioria das redes que forneceram esses dados para o estudo são nacionais, mas algumas são redes internacionais associadas ao FOHB que operam no Brasil, como a Accor, a IHG – Intercontinental Hotel Group e a Louvre Hotels Group. Mas esses dados não contemplam grandes redes globais que operam no Brasil que não são associadas ao FOHB, como a Marriott, Hyatt, Hilton, Vila Galé e Wyndham. Diante do imenso potencial apresentado pelo Brasil, todas as redes internacionais enxergam muitas possibilidades de crescer e expandir suas marcas, assim como trazer outras marcas globais. E entre as redes a que mais se destaca é a Accor que está posicionada como líder hoteleira no Brasil. Possui uma robusta presença de 335 hotéis sob as marcas Fairmont, MGallery, Pullman, Grand Mercure, Mercure, Novotel, ibis, ibis Styles, ibis budget e Jo&Joe. Essa diversidade de marcas é um atrativo grande para os investidores e posiciona a Accor como uma referência em oferecer hospedagem que vai desde o segmento econômico até o premium, atendendo às necessidades variadas dos seus clientes.

De acordo com Abel Castro, CDO Accor Américas na divisão Premium, Midscale & Economy, o foco da estratégia de negócios da divisão PM&E é a expansão pelo modelo de franquias. “Em 2024, nosso desafio é ampliar esse modelo de negócio. Estima-se que 15 hotéis serão inaugurados nas Américas, sendo 12 no Brasil, totalizando cerca de 3.000 quartos, 90% dos quais serão franquias. Essas franquias hoteleiras já são muito presentes na Europa e América do Norte, e no Brasil ainda há muitas oportunidades, principalmente em cidades secundárias e terciárias”, avalia Castro.

Redes hoteleiras internacionais focam investimentos no Brasil
Abel Castro: “A diversidade de marcas que a Accor tem é um grande atrativo para os investidores” (Foto – Divulgação)
Brasil apresenta excelente potencial

Ele se mostra muito otimista com o excelente potencial que o Brasil possui para todas as marcas do portfólio PM&E da Accor e que atualmente, existe um pipeline de 50 novos hotéis no Brasil previstos para os próximos três anos. “O mercado brasileiro é de extrema importância para a Accor, representando um reflexo significativo das operações da rede nas Américas e concentrando o maior número de hotéis da região. No ano passado, o faturamento da operação brasileira cresceu 23% em relação a 2022, superando a média global de crescimento, que foi de 20%, considerando a divisão PM&E. Esse desempenho contribuiu para um recorde acima de 1 bilhão de euros em EBITDA. Embora o balanço não seja divulgado por região, estima-se que o Brasil corresponda a 8% a 10% dos resultados globais. Além disso, mais de 60% do crescimento projetado para as Américas nos próximos anos deverá vir do Brasil, destacando sua importância estratégica”, revela Castro.

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Ele diz que está sempre atentos às oportunidades em diferentes regiões do País para expandir a oferta hoteleira de forma estratégica. “Para exemplificar, as cidades que são polos industriais e agropecuários são locais estratégicos para a expansão da família ibis, por serem hotéis que oferecem hospedagem econômica de qualidade, a marca ibis é sinônimo de confiança para os viajantes, que já sabem que encontrarão um padrão consistente e confiável. A Accor quer estar presente nos principais destinos de lazer do Brasil e, para isso, foca em marcas como o Novotel, que oferece uma estrutura que combina lazer e negócios. Um exemplo é o Novotel Recife Marina. Mercure também é uma marca apropriada para destinos de lazer, valorizando a descoberta regional, especialmente gastronômica. Além disso, a Accor identifica grande potencial para marcas que oferecem experiências de lifestyle e design diferenciado, como Tribe, que se encaixa perfeitamente no mercado brasileiro, com uma unidade já em desenvolvimento em Belo Horizonte”, lembra Castro.

Novas marcas chegando ao Brasil

Em relação as novas marcas do portfólio PM&E que a Accor possui e podem chegar ao Brasil, Castro diz que: “Temos uma grande expectativa de trazer a marca Handwritten Collection para o Brasil, uma soft brand que cresce principalmente por meio da conversão de hotéis independentes. A marca já conta com mais de 35 hotéis já abertos e em desenvolvimento ao redor do mundo, recentemente anunciamos a chegada dos primeiros hotéis nas Américas com o Marival Distinct – Handwritten Collection, no México, e o Hotel Stratford San Francisco – Handwritten Collection, no Estados Unidos, e já estamos em negociações para trazer a marca para o Brasil”, assegura Castro.

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O modelo de negócio multipropriedade, principal alavanca de desenvolvimento de novos hotéis no Brasil, tem despertado cada vez mais o ‘apetite voraz’ de grandes redes internacionais como a Wyndham. O Short Term Rental (aluguel por temporada) também cresce muito no Brasil e está sendo trabalhado por grandes redes como a AHI – Atlantica Hospitality International. Mas esses modelos não estão no ‘radar’ de prioridades de expansão da rede francesa. “Accor segue acompanhando de perto o desenvolvimento de multipropriedades no País, no entanto, até o momento não identificamos um produto que tenha ‘fit’ com as características, pilares e especificações que temos na Accor para o desenvolvimento desse modelo de negócio no nosso portfólio. Em relação ao modelo de short term rental, globalmente a Accor atua neste segmento com o OneFineStay, uma plataforma com esse foco de hospedagem com atuação na Europa, Ásia Pacífico e na América do Norte. Nesse momento, não estamos planejando trazer essa plataforma para o Brasil”, assegura Castro, mas destaca que o segmento de Branded Residences também faz parte da estratégia de desenvolvimento da Accor, não apenas para o segmento de Luxo, mas também há grande potencial para PM&E. “O Faena São Paulo é um grande case de sucesso mesmo antes de seu lançamento. O projeto terá quartos de hotel e residências de alto padrão, um produto que vem crescendo e que também pode ser atendido por marcas Premium e Midscale, e queremos replicar esse modelo para marcar como Pullman, Grand Mercure e Novotel”.

E o que o mercado brasileiro pode esperar da Accor nos próximos anos? Castro revela: “A Accor tem como objetivo manter sua liderança em todos os segmentos no Brasil. Acreditamos que o mercado brasileiro tem potencial para chegar a 500 hotéis da Accor, incluindo propriedades em operação e em pipeline, nos próximos dez anos, consolidando ainda mais nossa posição como a principal rede hoteleira do País. No segmento Premium, apesar de ser mais desafiador devido ao alto custo de investimento, vemos grande potencial de desenvolvimento no País. Atualmente, contamos com as marcas Pullman e Grand Mercure e queremos ampliar sua presença com mais unidades. Também estamos pensando no desenvolvimento da marca Swissôtel no País, pois temos quatro hotéis da marca na região das Américas e seria uma grande oportunidade trazê-la para o Brasil”, concluiu Abel Castro.

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Brasil é mercado chave para a Marriott

Outra gigante mundial da hotelaria que enxerga boas oportunidades no Brasil para expandir seu portfólio é a Marriott que considera o País como um mercado-chave. Atualmente conta com mais de 1,1 milhão de membros do Marriott Bonvoy e 12 propriedades abertas que totalizam quase 3.200 quartos distribuídos em oito marcas – Courtyard by Marriott, JW Marriott, Renaissance Hotels, Residence Inn, Marriott Hotels, Marriott Executive Apartments, Sheraton Hotels & Resorts e Westin Hotels & Resorts. A presença da Marriott no Brasil se dá através dos seguintes hotéis. Courtyard by Marriott Rio de Janeiro Barra da Tijuca, JW Marriott Hotel Rio de Janeiro, JW Marriott Hotel São Paulo, Renaissance São Paulo Hotel, Residence Inn Rio de Janeiro Barra da Tijuca, São Paulo Airport Marriott Hotel, São Paulo Marriott Executive Apartments, Sheraton Grand Rio Hotel & Resort, Sheraton Santos Hotel, Sheraton São Paulo WTC Hotel, Sheraton Vitória Hotel e The Westin Porto de Galinhas, um Resort All-Inclusive. Renato Carvalho, Gerente Senior de Desenvolvimento no Brasil revela que: “Antecipamos oportunidades de alto crescimento para o mercado brasileiro no médio e longo prazo. Este ano, inauguraremos o primeiro hotel W São Paulo e as W São Paulo Residences. Para 2025, esperamos receber o The Westin São Paulo, e para 2027 o W Gramado, Autograph Collection All-Inclusive Maraey Rio de Janeiro, JW Marriott All-Inclusive Maraey Rio de Janeiro e Maraey, um Ritz-Carlton Reserve. Temos um robusto pipeline de desenvolvimento no País, com seis hotéis e mais de 1.500 quartos. Além da chegada da marca City Express ao mercado brasileiro. Observamos um forte interesse de investidores e desenvolvedores nessa marca, com várias cartas de intenção assinadas e acordos em negociação. Esperamos introduzir mais de 2.500 quartos da marca City Express by Marriott no Brasil no médio prazo. Também somos a empresa líder em branded residences e percebemos o interesse dos incorporadores nesse modelo, já bastante comum fora do Brasil.”, destaca Carvalho.

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Renato Carvalho: “Esperamos introduzir mais de 2.500 quartos da marca City Express by Marriott no Brasil no médio prazo” (Foto – Divulgação)

Crescer através de conversões de marca também está nos planos da Marriott conforme revela Carvalho. “Vemos ótimas oportunidades para marcas de conversão no Brasil, desde o segmento Midscale até o Luxury, incluindo hotéis all-inclusive. As conversões se tornaram um importante impulsionador de crescimento para a Marriott International no Caribe e na América Latina nos últimos anos, à medida que proprietários de hotéis e investidores reconhecem cada vez mais a eficiência e as vantagens do modelo de conversão. Proprietários de hotéis valorizam bastante a flexibilidade das opções de marcas de conversão da Marriott, como The Luxury Collection, Autograph Collection Hotels, Tribute Portfolio e Four Points by Sheraton. As conversões são um modelo extremamente atrativo, sendo uma situação ganha-ganha tanto para o proprietário quanto para a marca, alinhando eficientemente os recursos, custos e prazos do proprietário com os planos de expansão da marca”, conclui Carvalho dizendo que: “Nossa equipe da Marriott International no Brasil está crescendo e se fortalecendo, com equipes dedicadas no mercado para oferecer suporte com uma estrutura local”.

Hilton cresce no segmento Full-Service

A Hilton também é outra gigante mundial da hotelaria que aposta no crescimento de suas marcas no Brasil. Recentemente anunciou a chegada do Yoo2 Rio de Janeiro, Tapestry Collection by Hilton ao portfólio. Com isso, passou a contar com 20 hotéis em operação no Brasil, de oito marcas distintas: Hilton Hotels & Resorts; DoubleTree by Hilton; Canopy by Hilton; Curio Collection by Hilton; Tapestry Collection by Hilton; Hilton Garden Inn; Hampton by Hilton e Tru by Hilton. “Temos mais de dez hotéis em diferentes fases de desenvolvimento e esperamos trazer mais duas marcas, Motto by Hilton e Homewood Suites by Hilton, nos próximos anos”, assegura Leonardo Lido, Diretor sênior de desenvolvimento para o Brasil da Hilton. Ele lembra que a Hilton está presente no Brasil há mais de 50 anos, sendo a abertura do antigo Hilton no centro de São Paulo um marco para a hotelaria Paulista e Nacional.

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Forum Nacional da Hotelaria

Leonardo Lido destaca que o Brasil sempre foi um mercado estratégico para a Hilton e continua procurando oportunidades para expandir o portfólio com o hotel correto, no destino certo, no momento certo, com o parceiro adequado para atender às necessidades dos viajantes. “Nos últimos oito anos tivemos um crescimento exponencial no Brasil, passando de apenas dois hotéis para 20, e mais de dez em pipeline. Esse crescimento está em linha com o próprio crescimento da Hilton na região do CALA – Caribe e América Latina e também globalmente. 75% do nosso portfólio atual de hotéis em CALA foi incluído na última década. Para alavancar ainda mais nosso crescimento no Brasil, também ajustamos nossa estrutura para dar total suporte aos nossos parceiros no país. Hoje contamos com toda nossa área técnica e de suporte às operações no Brasil. Nosso modelo de negócio é asset-ligth, ou seja, a Hilton não investe em ativos imobiliários, e cada projeto é analisado afim de propormos a melhor solução para nossos parceiros. Existem casos onde o modelo de franquia é o mais adequado e o franquiado será beneficiado com nosso know-how e acesso a todas as ferramentas que disponibilizamos para dar um suporte às operações. Porém, em outros casos atuamos também como operadores, em um modelo de utilização de marca além da administração da operação do hotel”, revela Lido.

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Leonardo Lido: “A Hilton possui 20 hotéis em operação no Brasil, de oito marcas distintas e estamos com foco no crescimento” (Foto – Divulgação)

Ele enfatiza o crescimento da Hilton no Brasil tanto no segmento Full-Service com as marcas Hilton Hotels & Resorts e DoubleTree by Hilton, e Lifestyle, com as marcas Canopy by Hilton, Curio Collection by Hilton, Tapestry Collection by Hilton e Motto by Hilton. “Também temos diversos projetos com as marcas denominadas Focused Services & All Suites, com as marcas Hilton Garden Inn, Hampton by Hilton, Tru by Hilton e Homewood Suites by Hilton. É importante ressaltar que as marcas do segmento Luxury, como Waldorf Astoria, Conrad e LXR, demandam mercados e projetos específicos, o que resulta em um número mais limitado de oportunidades. Pelo tamanho do Brasil e o número de cidades com porte para receber uma operação hoteleira, vemos muitas oportunidades para o segmento Focused Services, principalmente com o advento de nossa nova marca de conversão, a Spark by Hilton. A Spark by Hilton é uma marca para conversão, ou seja, a oportunidade de um hotel já construído e em operação ingressar na rede de hotéis. Ajustamos a marca para o Brasil e estamos bastante entusiasmados com as oportunidades que já estão em nosso radar”, disse Lido.

E ele conclui dizendo: “Para atender ainda melhor o mercado brasileiro, reforçamos nossa equipe de desenvolvimento, arquitetura e construção com a chegada de mais quatro executivos. Estamos vivendo um momento especial da Hilton no Brasil. Esse ano relocamos várias funções que até então estavam baseadas em nosso escritório regional de Miami para o Brasil, e as posições foram preenchidas com profissionais locais, para melhor atender nossos parceiros e superar qualquer desafio com a língua ou questões culturais. Como o crescimento expressivo dos últimos anos, seguimos nossa estratégia para crescer de maneira consistente e sustentável”.

IHG pretende crescer de maneira consistente

A IHG – InterContinental Hotels Group também é uma gigante mundial da hotelaria e que alguns anos atrás mantinha forte presença no Brasil, mas deixou de administrar várias propriedades. Atualmente a IHG conta com 13 empreendimentos administrados ou franquiados no Brasil, incluindo também parceria estratégica com a Iberostar. Atualmente as marcas presentes no Brasil são: InterContinental, Holiday Inn, Holiday Inn Express, Staybridge Suites, Iberostar e Iberostar Selection. Pedro Freire, Diretor de desenvolvimento da IHG na América do Sul revela que o Brasil é um País estratégico e muito importante para a IHG. “Nosso objetivo é crescer de maneira consistente, focando tanto na expansão de nossa presença quanto na satisfação dos nossos hóspedes e na rentabilidade dos nossos proprietários. Nos próximos anos, pretendemos aumentar o número de hotéis das nossas marcas já estabelecidas, como Holiday Inn, Holiday Inn Express e InterContinental, bem como introduzir novas marcas que se alinhem com as necessidades do mercado brasileiro, como Garner, voco, Hotel Indigo e Crowne Plaza. Temos algumas negociações em andamento. Algumas um pouco mais adiantadas, outras ainda num estágio inicial. É uma negociação complexa que leva tempo e possui diversos pontos de devem ser bem alinhados e acordados. São contratos longos e complexos que devem ser bem discutidos e entendidos para que o casamento seja o mais feliz possível. De qualquer forma, esperamos ter boas novidades em breve”, adianta Freire.

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Pedro Freire: “Pretendemos introduzir em breve no Brasil marcas como Garner, voco, Hotel Indigo e Crowne Plaza” (Foto – Divulgação)

Ele lembra que nos segmentos econômicos e superior, as marcas Holiday Inn Express e Holiday Inn são muito fortes no mercado, assim como a marca InterContinental para o segmento de luxo. A marca Crowne Plaza também passou por uma grande atualização e investimentos por parte da IHG e dos proprietários atuais, com a renovação de grande parte de todo nosso portfólio global. “Também gosto muito da marca Hotel Indigo, que no segmento superior “lifestyle” se destaca por ser uma marca que entra num segmento que hoje não encontra muitos concorrentes. Ela busca uma ligação e interação com a comunidade onde está inserida. Seu design e arquitetura se conectam com elementos culturais e históricos do bairro ou da cidade onde está localizado. Isso traz um apelo que os viajantes buscam cada vez mais: experimentar a cultura do lugar para onde viajaram, independentemente se eles estão a lazer ou a negócios. Além disso, as marcas de conversão de hotéis existentes para a plataforma da IHG, como voco, para o segmento superior e “lifestyle”, Vignette Collection, para o luxo, e Garner, a mais nova marca da IHG, para o econômico. A proposta dessas marcas é possibilitar uma conversão mais ágil e descomplicada, com custos reduzidos para o proprietário e investidor, aumentando assim sua rentabilidade”, concluiu Freire.

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Wyndham possui 25 marcas com diferentes características para atender o mercado Brasileiro

Wyndham Hotels & Resorts é a maior empresa de franquias hoteleiras do mundo por quantidade de propriedades, com aproximadamente 9.200 hotéis em quase 95 países em seis continentes. Atualmente possui 25 marcas desde segmentos econômico e midscale até de longstay, lifestyle e luxo. Dessas 25 marcas, oito estão presentes no Brasil. E diante das oportunidades apresentadas pelo Brasil, a rede hoteleira norte-americana pretende crescer e se consolidar ainda mais. “Atualmente temos 36 hotéis em operação no Brasil e em breve serão mais. Isso porque estamos em pleno crescimento, com novos contratos assinados – só no começo deste ano foram cinco novos contratos assinados. No entanto, é importante ressaltar que tudo isso acontece porque temos uma equipe de vendas no Brasil buscando sempre novas oportunidades. Além disso, a grande vantagem da Wyndham é que nós temos muita flexibilidade e 25 marcas com diferentes características para oferecer aos nossos clientes. Isso somado a termos um escritório no País, o que traz proximidade, pessoas que falam o idioma Português e que conhecem o mercado profundamente se torna no conjunto perfeito que favorece a nossa estratégia de expansão no mercado brasileiro”, ressalta Maria Carolina Pinheiro, Vice-Presidente de Desenvolvimento de Negócios da Wyndham Hotels & Resorts para América Latina.

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Maria Carolina Pinheiro: “Temos muita flexibilidade e 25 marcas com diferentes características para oferecer aos nossos clientes” (Foto – Divulgação)

Ela diz que o mercado brasileiro pode esperar um avanço consistente da marca para os próximos anos no Brasil. “Estamos com vários contratos assinados de hotéis em construção, em diferentes regiões do País. Além da nossa estratégia de avançar por capitais e cidades secundárias, temos em nossa estratégia avançar com projetos de resorts e de multipropriedade, em destinos importantes e estratégicos. Acredito que o reconhecimento tem que vir a partir de um grupo de marcas que estão diretamente conectadas com o perfil do viajante que circula pelo País e atualmente as que mais atendem esse cenário são as marcas Wyndham, Wyndham Garden, Ramada, Ramada Encore, Tryp by Wyndham e Days Inn by Wyndham. Além disso, temos contratos para as bandeiras Dazzler by Wyndham e Registry Collection. Queremos trazer novas marcas para o Brasil, mas a chegada delas deve estar vinculada a uma adequação à cultura local”, adianta Maria Carolina.

E o que o mercado brasileiro pode esperar da Wyndham nos próximos anos? Maria Carolina responde: “Posso dizer que nós estamos na melhor fase de expansão da empresa na região e, principalmente, no Brasil. Hoje, já somos uma marca reconhecida, com 36 hotéis em operação, o que colabora fortemente para o nosso crescimento. Nosso objetivo é estabelecer bons relacionamentos com os clientes e assim gerar esse crescimento orgânico. Quem já é cliente Wyndham vai continuar fazendo negócios conosco e assim vamos continuar crescendo. Um exemplo vem do GR Group, com quem já estamos desenvolvendo o terceiro projeto. Já temos dois em operação, que são o Wyndham Gramado e Wyndham Olímpia e agora estamos iniciando um novo no Rio Grande do Norte”, concluiu Maria Carolina.

Louvre Hotels Group pretende crescer diante das oportunidades

A Louvre Hotels Group também possui uma forte atuação mundial e marcas fortes. A subsidiária no Brasil conta atualmente com 15 hotéis em operação, sendo três Royal Tulip, seis Golden Tulip e seis Tulip Inn, além de diversos contratos já assinados. “Todas as bandeiras se adaptaram muito bem ao mercado brasileiro com ótima aceitação do público, mas apostamos muito na expansão da bandeira Golden Tulip, categoria upscale. Por ser uma bandeira intermediária que se adapta muito bem a diferentes tipos de empreendimentos e destinos. Essa bandeira conta com um posicionamento de mercado bastante específico, voltado, principalmente, para o público que viaja a trabalho, mas que também gosta de aproveitar o hotel e o destino. Os hotéis Golden Tulip oferecem uma experiência bleisure completa e um atendimento diferenciado”, destaca Paulo Michel, CEO da Louvre Hotels Group-Brazil.

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Paulo Michel: “O objetivo é expandir a rede Louvre no Brasil de forma sustentável e com excelentes produtos” (Foto – Divulgação)

Segundo ele, o objetivo é expandir a rede de forma sustentável e com excelentes produtos. “Além de seguir o planejamento global que a companhia traçou para os próximos cinco anos, temos uma nova executiva à frente da área de novos negócios e estamos iniciando um plano de ação intensivo para identificação de oportunidades e geração de leads. Temos diversos modelos de negócios, que vão desde licenciamento de marcas até administração completa do hotel. Além disso, temos uma oferta completa de bandeiras globais consolidadas e adequadas a cada empreendimento. Nos últimos anos, encontramos excelentes parceiros, investidores e incorporadores que confiaram no nosso trabalho e estão colhendo os frutos dessa parceria e vão colher muito mais. Além dos 15 hotéis em operação, já temos aproximadamente mais 15 contratos assinados e cartas de intenção de compra, que serão divulgados aos poucos, conforme autorização dos proprietários. O mercado pode esperar uma participação muito maior do Louvre Hotels Group tanto em pautas pertinentes à operação, como práticas ESG, experiências de hospedagem e investimento em tecnologia, quanto uma expansão significativa no número de hotéis”, assegurou Michel.

Vila Galé tem mais de R$ 1 bilhão em recursos próprios em hotéis no Brasil

Ao contrário da maioria das redes internacionais que chegam no Brasil para crescer com licenciamento e franquias de marcas e não aportam recursos próprios em novos hotéis, a rede portuguesa Vila Galé tem uma política diferente. Conta com aporte de mais de R$ 1 bilhão em dez empreendimentos próprios e mais dois administrados de terceiros. Com isso, a Vila Galé é a maior rede de resorts do Brasil e pretende consolidar ainda mais a liderança. “Até o final de 2025, estamos expandindo nossa presença com pelo menos mais três novos empreendimentos: o Vila Galé Collection Sunset Cumbuco (CE), que será inaugurado em novembro, o Vila Galé Collection Ouro Preto (MG), com previsão para abril de 2024, e o Vila Galé Collection Amazônia, nosso primeiro empreendimento em Belém, no Pará, com abertura prevista para novembro de 2025. Todos os novos projetos estão sendo desenvolvidos com recursos próprios da empresa”, revela José Bastos, Diretor de Operações da Vila Galé no Brasil.

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José Bastos: “Enxergamos o mercado brasileiro como altamente promissor” (Foto – Divulgação)

Como é uma rede que entra para operar no Brasil com recursos próprios, são muito as oportunidades que os destinos oferecem, mas a decisão de investir leva em consideração vários fatores. “A decisão de investir é motivada pela riqueza cultural, diversidade e belezas naturais que o Brasil oferece, bem como o contributo desenvolvimento regional. A Vila Galé sempre valoriza a integração do turismo com a cultura local em seus empreendimentos e, para ajudar, o brasileiro é um povo muito acolhedor. Consideramos diversos fatores na escolha dos destinos para investir, como potencial turístico, infraestrutura local, sustentabilidade ambiental e social. Enxergamos o mercado brasileiro como altamente promissor, oferecendo oportunidades significativas para crescimento, consolidação de nossa marca e desenvolvimento da região onde o hotel será inserido”, diz Bastos.

Ele ressalta que: “Neste momento, nosso foco principal está na expansão com hotéis próprios. No entanto, avaliamos oportunidades de parcerias estratégicas em destinos específicos, como ocorre em Angra dos Reis e Cabo de Santo Agostinho. Essas parcerias nos permitem explorar novos mercados e ampliar nossa presença de forma eficiente. Nos próximos anos, o mercado brasileiro pode esperar um crescimento contínuo da Vila Galé, com novos lançamentos de empreendimentos que oferecem experiências únicas e integradas à cultura local. Estamos comprometidos em expandir nossa oferta de resorts de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento turístico e econômico das regiões onde atuamos”, concluiu Bastos.

Oportunidade para outras redes

Outra que enxerga grandes oportunidades para crescer no Brasil é a B&B Hotels. A rede de origem francesa possui mais de 700 unidades distribuídas na Europa oferecendo instalações econômicas de design e qualidade reunindo o essencial para os hóspedes. No Brasil, conta atualmente com sete unidades, sendo quatro na cidade do Rio de Janeiro, uma em São José dos Campos (SP) e São Paulo (SP) e outra em Uberlândia (MG). As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são prioridades da rede para se desenvolver e o objetivo é ter cerca de 20 hotéis nessas duas cidades nos próximos anos. Mas a B&B acredita que o Brasil tem mercado para até 150 hotéis da rede, mas sabe que isso leva tempo e pretende crescer com foco na qualidade. “Reestruturamos nossa operação para oferecer uma hospedagem ainda melhor, queremos fidelizar os clientes e agregar valor ao nosso serviço, assim conseguimos tornar a nossa precificação justa. Na capital paulista os bairros de interesse para as próximas unidades estão em Pinheiros, Vila Mariana, Itaim, Jardins, Jabaquara e áreas próximas à Avenida Paulista”, afirma Flávia Lorenzetti, CEO da B&B Hotels Brasil.

A Hyatt Hotels Corporation possui também uma grande atuação mundial, mas no Brasil se resume apenas a quatro unidades hoteleiras, sendo: Grand Hyatt São Paulo (SP), Grand Hyatt Rio de Janeiro (RJ), Hyatt Place São José do Rio Preto (SP) e Hyatt Place Macaé (RJ). A rede norte-americana pretende redobrar o crescimento na América Latina e Caribe com mais de 30 aberturas nos próximos três anos, mas no momento o Brasil não está em sua prioridade. E diante do portfólio de 28 marcas e do potencial do Brasil, com certeza em breve muitos investimentos serão destinados ao País.

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Edgar J. Oliveira

Diretor editorial - Possui 31 anos de formação em jornalismo e já trabalhou em grandes empresas nacionais em diferentes setores da comunicação como: rádio, assessoria de imprensa, agência de publicidade e já foi Editor chefe de várias mídias como: jornal de bairro, revista voltada a construção, a telecomunicações, concessões rodoviárias, logística e atualmente na hotelaria.

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